quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Para matar a minha saudade
escrevo e não quero
que isso seja uma confissão.
Quero tudo transformado em arte
POrque a descrição
bloqueia os sentidos próprios dos leitores
Porque a poesia
não limita as suas vontades
de infiltrar em todo os póros
das lembranças exaltadas.
Para matar minha saudade
não posso por aqui
nada do que fui feliz
as palavras não aguentam
O peso da Minha Felicidade!

A Chuva

A 10m/s
Ela vem
com sua força des-humana
desmancha esses castelos de areia
entra no seu íntimo
infiltra em suas artérias
de papelões colados e decorados
pelos anúncios
dos produtos
que nunca se tem no seu interior.
Transforma os abrigos
Em caminhos
De água turbulenta e desenfreada.
Em suas costas
Os grãos e pedras de areia
orgânicas e inorgânicas
afundam e lutam
Queriam morar em um novo castelo
sem paredes improvisadas
sem contaminação ambiental
Sem discriminação.
Um mundo sem paredes e muros....

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Para uma outra parte de mim

O vento falou
A chuva respondeu
E eu senti a euforia
das alucinações trópidas
que abalavam a minha loucura natural.
O vento passou,
a chuva secou
e eu só puder sentir a brisa leve
do seu amor
Companheira de todas as horas...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O semi-árido paulista

Perdida nos meus caminhos tortuosos
O Amor como a força que me sustenta
é a chuva que fertiliza e esperanceia
Mesclada com gotas árduas da realidade árida
minha pele seca e rachada
pelos ventos das amizades enfraquecidas
ou esquecidas.
Meus olhos ardem
com a chama de uma miragem paradisíaca
vejo um oasis de felicidades que se aproxima de mim
mas até a sua chegada
vou ver meus pés descascados pelos espinhos do inesperado.
A lembrança. A vida.
Chove agora e tudo é esquecido por meros segundos
A água é a esperança que reanima a morte em lenta decomposição
Chove e o dilúvio umedece esse ar sufocante.
Chove e eu me sinto mais humana.

Para a árvore e o balanço da Unesp

O Balanço que balança e descansa a minha mente
Balança minha alma
e transcende a minha vida.
Vai, voa pelo infinito
a vida transformada
em folhas verdes e galhinhos
úmidas, vivas e penetrantes
suas curvas e seus ruídos gritantes
Sua voz tão natural, no meio das folhas
Me chama.
Te sinto de uma maneira sinestésica.
Como a consciência humana
não consegue entender
a sua forma sutil e singela
de simplesmente viver?

Dany la Chérie e Andressa Papillon 03/12/2009