quarta-feira, 18 de abril de 2012

Às margens Plácidas

O tempo no punho
no pulo da pressa
algema da condenação
do atraso da espera
o trem lento no trilho
o Pinheiros como crime
quieto e manso no sigilo
grita em ópera sua morte
no seu odor que rasga
narinas sem distinção
de cor, de dor, de bolso ou alarde
uma pista de patinação
Um espelho
que reflete a luz dos postes azuis
Morumbi, Berrini, Vila Olímpia
um poço de saudade
de algo que foi e nunca mais será
mas ainda é toda cidade
merda, esgoto, escremento, fosso
de todo lar paulistano
Jardins, Paraisópolis, Paulista
todos brilham na mesma ironia
de um olhar perdido na janela que passa.

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