segunda-feira, 13 de agosto de 2012

MADALENA

Não era em toda a sua completude,
a alma inexorável de uma mulher resistente
e vencida perante o tempo.
Caminhava com sua pequena bolsa de saudades por todos os lados,
com seus papéis de bombons, cartas pela metade e fotografias manchadas pelo tempo.
Seus pés pairavam entre o arrasto e o escorrego dos dias sem propósitos.
Mas um dia, caiu de cara na ladeira
e seus papéis voaram ao vento
as palavras ficaram sem eco no olhar de quem estendeu a mão
para amaciar o seu tombo implacável.
E aí raiou o sol na janela alugada de um cubículo colorido.
A porta abriu, e como um roteiro presumível
foi-se o olhar perdido com as sacolas vazias que o vento levava

2 comentários:

  1. Dany, cada vez melhores os poemas.
    Amei esse, de uma sutileza muito bonita.

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  2. Que isso, minha flor! uma honra pela sua sensibilidade, agradecida pela sua amizade -)

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