sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Aos artistas da atualidade

Bem-Vindos ao Século XXI
estamos aqui e não sabemos muito bem porque estamos
os poetas decadentes se foram depois que acabou a segunda guerra mundial
Augusto dos anjos escreveu só um livro
mas disse tudo que precisava dizer.

Juca de Oliveira, ator de Dramaturgo brasileiro, disse que quando foi instaurada a "Revolução de 64", vugo Golpe da ditadura, no dia seguinte os militares foram em todos os teatros que davam voz ao povo (teatro de arena, TBC e etc..) e fizeram todos os atores se identificarem e , muitos deles, foram presos, cassados e torturados.
Nenhum deles desistiu de continuar o seu ofício, sabe por que?
Eles precisavam resistir. Se eles não resistissem, a arte morreria.

Escritores e poetas classificados como marginais, como Plínio Marcos, Torquato Neto, Chacal , Ana Cristina César e Waly Salomão resistiram a censura das edições publicando seus textos em mimiógrafos e espalhando por aí de mão em mão.
Recitavam suas poesias, sabendo que alguém poderia cortar as suas línguas
Por que se arriscavam tanto?
Porque a arte precisava resistir e ensinar, transmitir ao povo a nossa cultura.

Hoje a liberdade do capitalismo moldou os objetivos artísticos
Nós precisamos viver pelo capital
e Mais do que isso
Precisamos de muito capital para sermos reconhecidos.
Nosso nome tem que ser anunciado no " Se vira nos Trinta" do Faustão.

E por que fazemos arte????

A competitividade da era do capital faz com que os artistas criem grupos que se limitam a uma estética estabelecida pelo preço da fama.

E onde estão os repentistas, a literatura de cordel e o lambe-lambe?

...

no Facebook.

Eu também estou aqui. Estamos. Mas o que podemos fazer com isso?
A nossa arte realmente se limita ao palco e ao valor das moedas que não cabem mais nos nossos bolsos?

Fazemos comédia e de quem estamos rindo?
O que Molière diria dessas piadas feitas, como:
" - Diga coisas doces a platéia.
- Sorvete, algodão doce, pirulito."?

Pior, o que o bobo da corte, que arriscava a sua cabeça se não fizesse o rei rir de si mesmo, diria do Zorra Total?

Isso não é uma denúncia, é uma conversa aberta que requer um pouco de reflexão sobre si mesmo, sobre o fazer artístico.
Por que fazemos a arte?

Uma nova geração de mc's improvisam as cenas cotidianas e usam seus corpos como instrumentos musicais. São os sons de nossos jovens, mas por que estão na marginalidade? Na periferia paulistana, as batalhas de mc's resistem ao pensamento do funk contemporâneo que ensurdece o pensamento transgressor adolescentes.

Já vemos muitas patifarias por aí. E os artistas ficam calados,- com medo de sujar as mãos, o nome e a honra - ou melhor, criando intrigas e panelas dentro de nosso próprio setor.

Como transgredir a realidade? Como ser instrumento da pulsão da arte e aprender que somos realmente todos iguais? Como se livrar do preconceito classicista, regional, sexual e racista?

Temos muito trabalho para fazer, então que apoiemos uns aos outros.

"Bandeira branca enfiada em pau forte…
Trago no peito a estrela do norte"

O que pensamos? O que queremos passar para as próximas gerações?

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