terça-feira, 27 de setembro de 2011

Fragmentos dos nossos tempos


De tudo ao nosso redor
O mundo nos faz míseros aprendizes novatos do tempo.
A vida desenhada nos encantos dos instantes
em um trajeto sem parada para os filósofos do presente.
Passamos e não temos tempo de cair na profundidade de nossas pegadas manchadas
nesse lamaçal de contentamentos.
Nossos corpos,
partes vitoriosas de àtomos que decidiram seguir o rumo das intolerâncias do mundo
Nossos menbros,
pedaços de terra que decidiram sair andando e, que um dia,
fatigados de tanta farsa dessa vida de ser pensante,
dissolverão nos mares contingentes de lixo orgânico.
Os pensamentos desvairados da revolução já foram impregnados pela nicotina barata do comodismo
Istala-se no fluxo de consciência
um amontoado de informações recortadas do jornal do dia seguinte
a previsibilidade nos intedia
e a notícia do hoje passa,
o dia do mundo envelhece.
A retórica dos políticos agora é o auge do fetiche da perda do pudor
E se discute estética pessoal no planalto central.
O Poeta já não finge mais
Ele é a própria desintegração dos sentimentos mais pueris
Sua pena recita poesia suja no ouvido trêmulo da puta
Sua voz buzina raivosa no vermelho inquisidor do farol fechado
Suas lágrimas escorrem pelos bueiros o corpo do cachorro morto
Até o córrego inundado que corta a cidade.
O ser trágico estraçalha no corpo covarde
as feridas roídas não superadas pela incrédula certitude
de ser o suor do próprio sentir na pele da eternidade
de ser a pulsação da poesia nas vértebras ressoantes do corpo enxuto.
E doa a sua vida pela existência da liberdade
de ser a dor, o amor, o nada e o tudo
que em uma lágrima afoga sua alma nos mares da arte
recalcada pela catarse no choro do palco do mundo.
Os universos que dançam rente aos dedos apaixonados entrelaçados
O infinito cabido no meio centímetro
dos suores, dos pudores e dos desejos comprimidos
os silêncios que cospem discursos gastos
pelo grito rouco dos olhares calejados
que preveem a catástrofe do ser já arrependido.
E metafísicos, seguimos filósofos crendo no direito da escolha.
Quem sabe um dia vejo a via-láctea do lado de fora como um tabuleiro de xadrez...
Ou quem sabe eu possa um dia reduzir o meu eu-poético à circunferência de um átomo radioativo...

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