O infinito está aí em plena expansão
olhe o céu e deixe-se admirar pela sua inexistência
diante desse espetáculo de luzes mortas, satélites mecânicos e nebulosas disseminadas
E então, por que nos prendemos às incertezas das fugacidades?
Talvez porque ainda não sustentamos nosso próprio corpo na corda bamba
nos mantemos pendurados nas teorias das cordas
e o que nos mantém em órbita é a certitude do cigarro entre os dedos
se desfazendo em pedaços etéreos
e traduzindo o tempo que se dissipa em vento
em pluma
em momentos de silêncio
Sinto isso e lamento.
Gostaria de ser mais satisfeita com quem sou
Quem sou eu? Quem é você?
gostaria que o mundo fosse mais satisfeito consigo mesmo
ao invés disso, nos entretemos com as tralhas históricas e os despropósitos políticos que esfregam em nossa cara
nos recortamos em remorsos, orgulhos e arrependimentos
e não fazemos nada.
Façamos
o nosso próprio designer, as nossas próprias tralhas
a nossa própria comida
plantemos mais, muito mais
sejamos verdadeiramente o suor do nosso alfinete e do fósforo que acende o cigarro
achado pela metade no cinzeiro da lavanderia
recite as histórias que querem se cantar
Sofra a poesia que busca os corpos dilacerados para difanar o seu veneno
antimonotonia do silêncio
E saibamos que somos como o infinito:
partículas elétricas de corpos dissolvidos em plena expansão
Cresçamos sem medo
sem medo dos tropeços ou dos risos alheios
Porque crescer é doar o corpo a queda livre
sem para-quedas
Sou a própria viagem e por isso não posso parar de voar. Sinto no coração os efeitos do meu vício aceleram meu pulsar e eu não paro de sonhar.
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
rascunho sobre a existência do ser poético
Eu existo porque sou esse emaranhado de estéticas dissolutas
existo porque correm vitaminas de tintas sanguíneas pelas minhas veias estreitas
entupidas pela nicotina
existo porque pinto uma aquarela cinza de palavras incolor
que grita músicas dionisíacas no topos dos edifícios abandonados
cheios de páginas de livros soltas
contos de clarice, pedaços de poesias de neruda
existo nessas paredes listradas em diagonais tortas
no cuspe dos bêbados sem resposta
me perco no andar dos segundos
e me encontro no piscar das estrelas
existo porque correm vitaminas de tintas sanguíneas pelas minhas veias estreitas
entupidas pela nicotina
existo porque pinto uma aquarela cinza de palavras incolor
que grita músicas dionisíacas no topos dos edifícios abandonados
cheios de páginas de livros soltas
contos de clarice, pedaços de poesias de neruda
existo nessas paredes listradas em diagonais tortas
no cuspe dos bêbados sem resposta
me perco no andar dos segundos
e me encontro no piscar das estrelas
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Simples Luares
O céu só existe para nós, humanos
Incapazes de perfurar,
com suas estrelas cadentes nucleares
o manto azul de luares românticos
que paira sobre nossas cabeças
como o fundo de um balão que não para de voar....
No universo, os planetas sonambulizam nas redes
de um tempo sem varanda ou beira-mar
E tudo é paz eterna.
Mas só aqui, temos as primaveras tempestuosas
que gotejam incessantes em lágrimas esperançosas
o instante que se eterniza em sua garoa úmida.
terça-feira, 27 de agosto de 2013
Aprendiz de uma oficina
Pulo na corda o som do espetáculo
no bastão, a firmeza da intenção
Ocupo o espaço sem deixar vago
pro stress e a dor no coração
Ter consciência de sua existência
no olhar que suspira o que se sente
coração verdadeiro de um guerreiro
com o amor que transgride até a mente
Aprendi, com instrumento faço a arte
e a arte me usa de instrumento 2X
Focalizo a vontade que me inspira
sustentando o pensar sobre o assunto
triangulo a minha perspectiva
saio do medo feliz pro novo mundo
Interajo com tudo e com todos
Relaxo da loucura que limita
não esqueço a visão periférica
liberdade ao infinito da fantasia
Aprendi, com instrumento faço a arte
e a arte me usa de instrumento 2X
O humor que liberta e mata o medo
do ridículo que veio pra atrasar
o sorriso no palco que é o desfecho
da vida que sonha em improvisar
O ator desenhaem arte pura
denuncia mais um grito da menina
que aprende que lutar é mais que tudo
representar o que somos nessa vida
Aprendi, com instrumento faço a arte
e a arte me usa de instrumento 2X
no bastão, a firmeza da intenção
Ocupo o espaço sem deixar vago
pro stress e a dor no coração
Ter consciência de sua existência
no olhar que suspira o que se sente
coração verdadeiro de um guerreiro
com o amor que transgride até a mente
Aprendi, com instrumento faço a arte
e a arte me usa de instrumento 2X
Focalizo a vontade que me inspira
sustentando o pensar sobre o assunto
triangulo a minha perspectiva
saio do medo feliz pro novo mundo
Interajo com tudo e com todos
Relaxo da loucura que limita
não esqueço a visão periférica
liberdade ao infinito da fantasia
Aprendi, com instrumento faço a arte
e a arte me usa de instrumento 2X
O humor que liberta e mata o medo
do ridículo que veio pra atrasar
o sorriso no palco que é o desfecho
da vida que sonha em improvisar
O ator desenhaem arte pura
denuncia mais um grito da menina
que aprende que lutar é mais que tudo
representar o que somos nessa vida
Aprendi, com instrumento faço a arte
e a arte me usa de instrumento 2X
terça-feira, 9 de julho de 2013
O ciclo ( Versão Recitada por Denis Silveira)
Hoje fui presenteada com uma surpresa do meu querido Denis Silveira. Ele fez um vídeo recitando a minha poesia " O ciclo". Agradecida pela homenagem!
http://www.youtube.com/watch?v=r1ERhVcThtM
http://www.youtube.com/watch?v=r1ERhVcThtM
terça-feira, 2 de julho de 2013
Das infindáveis vivências do retiro
Aprender a aprender é não pensar em nada
Equilíbrio é o vazio da mente que, em queda livre, supera o medo de voar.
Os sonhos são os princípios inquietos dos truques realizáveis
mas sempre recriam o que já foi recontado pelos anos dedicados à arte.
Os sonhadores te dão o perdão antes das suas desculpas
aceitam o nariz de palhaço pintado pelas gargalhadas do público
e te presenteam com vinho pelo espetáculo renegado.
Os poetas improvisam hai-cais malabarísticos embebidos de conhaque.
Descobri que a natureza enxerga pelos ouvidos
voltei a ser árvore e ouvi o som do meu coração.
As pedras gostam de nos tatuar
e nos moldar em sereias surfistas.
" Cada celulinha do meu corpo está alegre"
três owns antes da comida chamam os anjos em silêncio.
Senti que não estou mesmo sozinha
e posso acreditar no que tento fazer
e se não acredito
tem alguém que acredita por mim.
Coloquei em desuso a palavra "obrigada"
Gratidão!
segunda-feira, 24 de junho de 2013
Do vermelho ao verde-amarelo
Estamos em um tempo de renovações históricas e empíricas
A voz, antes calada pelas imperatividades dos nossos representantes nacionais,
agora berra por transformações.
Que sinfonia hipnotizante é essa que cresce e engole os sons mecânicos da cidade?
Ulisses macunaísticos se enfeitiçam com o canto das sereias perambulantes
fazem da rua o trajeto de sua navegação em busca do ouro perdido
Mas, onde estão os piratas?
Continuam apreciando os afrescos do convés de seus iates de tinta-ouro, pau-brasil e urucum.
Contratam Michelângelos para ilustrar o carnaval revolucionário, ao lado da bandeira de Minas Gerais.
Pincéis de um milímetro detalham as curvas das brancas vestidas de índias
vitrais de espelhos quebrados compõem suas sedutoras pupilas
Duas listras verde e amarela no rosto sobrepõem o vermelho fora de moda
O vermelho dos sangues mortos
à chicotadas, à granada, por espingardas
O vermelho das mãos fatigadas de tanto puxar
a corrente da âncora que firma esse barco imperialista em nossas margens
O vermelho...
Não seguimos o trajeto com espadas, estilingues ou punhais
Nossas mãos estão manchadas de guache, giz e spray
Rebelam-se nas cartolinas, escadas e paredes do caminho
A paisagem agora é pulsante de reivindicações pacíficas.
Mas quando se volta ao lar do barraco mal-iluminado
a luz da noite vem com as notícias do dia:
"Será que eu apareci na televisão dessa vez?"
Agora assistimos à nossa própria telenovela
E a lua se sente solitária.
Depoimentos de dores, falta de ar e pedaços de vidros
narram o passeio urbano da massa mal-assalariada
que se reconhece e cresce
no abraço do cruzeiro do sul que cobre os corpos manifestantes
No Hino Nacional que assovia nosso amor pela terra que já foi indígena.
" Oh pátria amada,
idolatrada
Salve, Salve!"
Conquistamos algo? Sim.
Mais do que tudo, a conscientização e a força da ação.
E até a superação da nossa preguiça niilista.
Mas ainda voltamos para casa no aglomerado anônimo de pastas e mochilas
que se espremem nos contêineres ambulantes.
Descobrimos que precisamos marchar e lutar
para vermos o que é o mundo e sentirmos que todos fazemos parte dele.
Mas será que quando diluirmos os corpos dos nossos conterrâneos nas hidrelétricas amazônicas
e vendermos toda a nossa energia não-renovável
para o progresso de nossa ordem
a preço de banana
continuaremos a gritar?
E quando o nosso salário mal-pago não puder pagar
nosso retrato televisivo
continuaremos a marchar?
e quando comprarmos tomates
a preços turísticos
continuaremos a lutar?
Não sei se sentiremos essa dor no coração e nas moedas de nossos bolsos furados...
A flor criou patas e vagueia pela cidade, mas para onde ela vai?
O caule dela tem uma tela com o plim-plim cortado por uma listra vermelha.
Será que ela continuará a flanar, se um dia, a luz da tele - tela se apagar?
A voz, antes calada pelas imperatividades dos nossos representantes nacionais,
agora berra por transformações.
Que sinfonia hipnotizante é essa que cresce e engole os sons mecânicos da cidade?
Ulisses macunaísticos se enfeitiçam com o canto das sereias perambulantes
fazem da rua o trajeto de sua navegação em busca do ouro perdido
Mas, onde estão os piratas?
Continuam apreciando os afrescos do convés de seus iates de tinta-ouro, pau-brasil e urucum.
Contratam Michelângelos para ilustrar o carnaval revolucionário, ao lado da bandeira de Minas Gerais.
Pincéis de um milímetro detalham as curvas das brancas vestidas de índias
vitrais de espelhos quebrados compõem suas sedutoras pupilas
Duas listras verde e amarela no rosto sobrepõem o vermelho fora de moda
O vermelho dos sangues mortos
à chicotadas, à granada, por espingardas
O vermelho das mãos fatigadas de tanto puxar
a corrente da âncora que firma esse barco imperialista em nossas margens
O vermelho...
Não seguimos o trajeto com espadas, estilingues ou punhais
Nossas mãos estão manchadas de guache, giz e spray
Rebelam-se nas cartolinas, escadas e paredes do caminho
A paisagem agora é pulsante de reivindicações pacíficas.
Mas quando se volta ao lar do barraco mal-iluminado
a luz da noite vem com as notícias do dia:
"Será que eu apareci na televisão dessa vez?"
Agora assistimos à nossa própria telenovela
E a lua se sente solitária.
Depoimentos de dores, falta de ar e pedaços de vidros
narram o passeio urbano da massa mal-assalariada
que se reconhece e cresce
no abraço do cruzeiro do sul que cobre os corpos manifestantes
No Hino Nacional que assovia nosso amor pela terra que já foi indígena.
" Oh pátria amada,
idolatrada
Salve, Salve!"
Conquistamos algo? Sim.
Mais do que tudo, a conscientização e a força da ação.
E até a superação da nossa preguiça niilista.
Mas ainda voltamos para casa no aglomerado anônimo de pastas e mochilas
que se espremem nos contêineres ambulantes.
Descobrimos que precisamos marchar e lutar
para vermos o que é o mundo e sentirmos que todos fazemos parte dele.
Mas será que quando diluirmos os corpos dos nossos conterrâneos nas hidrelétricas amazônicas
e vendermos toda a nossa energia não-renovável
para o progresso de nossa ordem
a preço de banana
continuaremos a gritar?
E quando o nosso salário mal-pago não puder pagar
nosso retrato televisivo
continuaremos a marchar?
e quando comprarmos tomates
a preços turísticos
continuaremos a lutar?
Não sei se sentiremos essa dor no coração e nas moedas de nossos bolsos furados...
A flor criou patas e vagueia pela cidade, mas para onde ela vai?
O caule dela tem uma tela com o plim-plim cortado por uma listra vermelha.
Será que ela continuará a flanar, se um dia, a luz da tele - tela se apagar?
quarta-feira, 22 de maio de 2013
O ciclo
Não sou os gramas do seu vício
para te livrar da ressaca de sua droga
Sou a própria viagem
um pássaro perdido em pleno voo
que plaina e escorrega nas curvas do vento sem direção
com uma asa quebrada.
Caem pedaços de sons do céu prestes a chorar
gotas contaminadas de radiação ultra-violeta
Na tela de meu rosto que te assiste
pinta-se em aquarela a sinfonia do seu alívio.
Em pouso forçado no solo dos caminhantes
minha cara com as sete cores da Fênix mitológica
morta, espera a chama da princesa da babilônia
acender a esperança do lirismo
que ressuscita os corpos decompostos e apaixonados.
Sou a própria viagem
e por isso não posso parar de voar
Sinto no coração os efeitos do meu vício
aceleram meu pulsar e eu não paro de sonhar.
É paz que vejo em tuas retinas:
um bom motivo para amar a vida.
Insônia, deixe-me flutuar com meus devaneios solitários
eu ainda tenho mais 97 séculos para viver.
para te livrar da ressaca de sua droga
Sou a própria viagem
um pássaro perdido em pleno voo
que plaina e escorrega nas curvas do vento sem direção
com uma asa quebrada.
Caem pedaços de sons do céu prestes a chorar
gotas contaminadas de radiação ultra-violeta
Na tela de meu rosto que te assiste
pinta-se em aquarela a sinfonia do seu alívio.
Em pouso forçado no solo dos caminhantes
minha cara com as sete cores da Fênix mitológica
morta, espera a chama da princesa da babilônia
acender a esperança do lirismo
que ressuscita os corpos decompostos e apaixonados.
Sou a própria viagem
e por isso não posso parar de voar
Sinto no coração os efeitos do meu vício
aceleram meu pulsar e eu não paro de sonhar.
É paz que vejo em tuas retinas:
um bom motivo para amar a vida.
Insônia, deixe-me flutuar com meus devaneios solitários
eu ainda tenho mais 97 séculos para viver.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
RETRATO DO ARTISTA QUANDO JOVEM
Solitário no mar de novidades
Colorido em tecidos floridos
Acanhado com elogio barato
O sentindo que brota os sentidos
Lirismo na ponta da faca
Piedoso com cachorros sem dono
Que cuspa na farsa sem graça
Dessa humanidade desumanizada
Solitário em pedaços falantes
Reconstrua com a arte ilimitada
Essa desconstrução!
Colorido em tecidos floridos
Acanhado com elogio barato
O sentindo que brota os sentidos
Lirismo na ponta da faca
Piedoso com cachorros sem dono
Que cuspa na farsa sem graça
Dessa humanidade desumanizada
Solitário em pedaços falantes
Reconstrua com a arte ilimitada
Essa desconstrução!
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Pedaços de uma inspiração
Sinto e vivo
faço e desfaço
pinto e rabisco, amasso
perco o compasso
fumo um cigarro
o ritmo e sigo
mas faço
a poesia radioativa
bomba de consciência humanista
um tiro
me atiro
do décimo andar do lirismo
e morro no asfalto
em versos quebrados
repentes cantados do suspiro de um poeta
me decomponho em zunidos
de gente grilo e de bicho curioso
sublimo
acima da filosofia do saber
o ópio da arte
no olho de quem vê
faço e desfaço
pinto e rabisco, amasso
perco o compasso
fumo um cigarro
o ritmo e sigo
mas faço
a poesia radioativa
bomba de consciência humanista
um tiro
me atiro
do décimo andar do lirismo
e morro no asfalto
em versos quebrados
repentes cantados do suspiro de um poeta
me decomponho em zunidos
de gente grilo e de bicho curioso
sublimo
acima da filosofia do saber
o ópio da arte
no olho de quem vê
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Águas passadas
Deixei o caderno perdido para não me deparar com as letras
Elas revelam o que o meu corpo sofega e o que a minha alma deseja
dormi com redemoinhos de ideias desvairadas
me tranquei nos medos das retóricas e das metáforas
nunca respondidas
Me perdi, faz anos, no choro e soluços das dúvidas bastardas
que eu encontrei perdidos entre as indignações da minha cidade
tantas injustiças, tanta insanidade
Mas a existência de tudo que é pré-humano sublima a minha descrença
Pode-se matar, vender-se ou roubar,
Mas ninguém foge da sede ou do sol do meio-dia.
Lavei meu pranto no sol escaldante
que desfacela as nuvens e resseca as crostas das peles
para que ele sentisse a luz que impera sobre todas as perversidades humanas
marcá-lo e dar um motivo natural para prosseguir
e não se trancar na inquietação de não admitir
o que foi visto
e mudar a vista
Fazemos também parte de todo esse ciclo.
Fico ausente de mim porque quero me safar da saudade
Que meu ser tem de mim mesma quando respirava aqueles ares
Agora leio o meu lirismo codificado em palavras borradas de uma fraca tinta
O meu choro, agora, faz parte dessa chuva àcida
que queima em praga a pele e o capô daquele carro importado
a chuva também atinge à todos
agora espero que ela derreta o meu desespero de não ser o que tenho que aprender a ser
Elas revelam o que o meu corpo sofega e o que a minha alma deseja
dormi com redemoinhos de ideias desvairadas
me tranquei nos medos das retóricas e das metáforas
nunca respondidas
Me perdi, faz anos, no choro e soluços das dúvidas bastardas
que eu encontrei perdidos entre as indignações da minha cidade
tantas injustiças, tanta insanidade
Mas a existência de tudo que é pré-humano sublima a minha descrença
Pode-se matar, vender-se ou roubar,
Mas ninguém foge da sede ou do sol do meio-dia.
Lavei meu pranto no sol escaldante
que desfacela as nuvens e resseca as crostas das peles
para que ele sentisse a luz que impera sobre todas as perversidades humanas
marcá-lo e dar um motivo natural para prosseguir
e não se trancar na inquietação de não admitir
o que foi visto
e mudar a vista
Fazemos também parte de todo esse ciclo.
Fico ausente de mim porque quero me safar da saudade
Que meu ser tem de mim mesma quando respirava aqueles ares
Agora leio o meu lirismo codificado em palavras borradas de uma fraca tinta
O meu choro, agora, faz parte dessa chuva àcida
que queima em praga a pele e o capô daquele carro importado
a chuva também atinge à todos
agora espero que ela derreta o meu desespero de não ser o que tenho que aprender a ser
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